sexta-feira, 4 de março de 2011


Andei,andei, e depois de uma longa caminhada parei ao pé de uma estação...
O caminho tinha sido longo, e o cansaço já não me deixava sentir o corpo...
Sentei-me num banco de pedra, e apercebi-me que a estação estava abandonada, e nas linhas que percorri só andavam comboios fantasma.
Sinto pessoas a caminhar na minha direcção, a minha alma fica pesada e oiço vozes distorcidas que sussurram segredos que eu jamais poderia ouvir nesta vida, estão cada vez mais próximas, e quando olho só vejo um rosto horrendo que nunca poderia ver neste mundo.
Dou por mim a entram num turbilhão escuro e lúgubre, não sinto o meu corpo, as vozes da estação apoderaram-se dele...
Depois de muito andar no turbilhão, cheguei a um cruzamento, escuro e medonho, onde se erguia uma grande tabuleta que indicava o futuro, o passado e o sonho...
O passado era um caminho pedregoso e cheio de espinhos que parecia perder-se no espaço e até no próprio tempo. O futuro, esse não o conseguia ver, estava demasiado nublado...
Por fim e sem saber por onde ir olhei para a que dizia sonho, mas não compreendi como lá podia chegar, pois este apontava para céu, resplandecente de luz e harmonia.
Fechei os olhos e tentei interiorizar esse céu e essa luz, tanto tempo, que perdi a noção do próprio tempo!
Entretanto começo a ouvir mais uma vez o som do comboio, não sei como e ainda de olhos fechados sei que estou à beira da linha, e uma força descomunal puxa me para ela! Dou um paço em frente, quando o comboio está mesmo a chegar... e de repente estremeço e oiço, "salvei-te"...
Abro os olhos e lá estava eu outra vez na estação que eu pensava abandonada...e vejo-te a sorrir para mim e pensei, será que consegui seguir o sonho?

Foto:Jorge Filipe Pires - http://olhares.aeiou.pt/fim_de_linha_foto1538247.html

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