terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Lar doce lar

Finalmente estou em casa!
Depois de tantos dias fechada naquele hospital, o que precisava era sentir o ar puro da minha terra!
Foi um natal estranho, acabou um ano que começou mal e terminou menos bem!
Mas continuo a achar que se aprende sempre, mesmo com estes momentos.
Tive a sorte de partilhar o primeiro quarto com duas senhoras com idades muito bonitas, 90 e 99 anos!
E, embora toda a gente tivesse pena de eu estar naquele quarto, a verdade é que com isso consegui lidar melhor com o que se estava a passar comigo, e compreendi que o amor não tem barreiras e um simples olhar basta para o sentirmos. E nesse olhar senti um leve arrepio, um misto de carinho e tristeza unidos numa despedida.
Quando acordei no dia 25 não sei porquê a primeira coisa que fui fazer foi ver se a senhora ainda lá estava, mas não!
Perguntei por ela, e disseram-me que tinha ido para casa. No entanto foi para outra casa uma casa mais calma, onde o sofrimento já não fazia parte dos seus dias.
O que mais me comoveu foi o facto de mesmo quando eu mudei de quarto, todos os dias o filho dessa senhora me ia visitar, mesmo não sendo da família, nem sabendo nada de mim! E mesmo nesse último dia, foi se despedir, e eu não consegui fazer nada nem acalmar a sua dor!
A vida é cómica, sinto-me exausta, só tenho vontade de dormir, logo eu que sempre tive insónias!
E pensar que à uns meses fui doar medula ossea, e disse que um dia também podia precisar, nem eu sabia o qe estava a dizer!
Não sei porque estou a escrever tudo isto!
Mas até me sinto bem, estou quase a atingir o Nirvana, e esta calma e alento sabe-me bem.
Continuo a ter vontade de rir e rir, e as lagrimas, essas não as deixo sair, porque vivo cada dia, sem pensar, nem no ontem nem no amanhã. Simplesmente aproveito os raios de luz, a chuva, o sol, os cheiros, os sorrisos, tudo o que o mundo tem para me dar, e é assim que quero estar. Em paz!
Por último e o mais importante, é agradecer a todas as pessoas fantásticas que tem estado comigo, a minha mamaxita fantástica, ao meu Peter, e às minhas duas fantásticas e adoradas amigas Lenita e Maria, obrigada meus amores!

2 comentários:

Peter disse...

Meu amor ñ sei o que dizer apenas isto Amo-te muito e mais do que nunca

Anónimo disse...

Realmente é complicado saber o que dizer nestas alturas. É incrivel que mesmo assim continuas a ter força para ti e para dar aos outros. E amiga vai tudo correr bem, quando deres conta o pesadelo já passou. Quero que saibas que estamos aqui para tudo. Adoro-te muito. *** Isaac