sexta-feira, 24 de abril de 2009

Oiça lá ó senhor vinho,
vai responder-me, mas com franqueza:
porque é que tira toda a firmeza
a quem encontra no seu caminho?
Lá por beber um copinho a mais
até pessoas pacatas,
amigo vinho, em desalinho
vossa mercê faz andar de gatas!
É mau procedimento
e há intenção naquilo que faz.
Entra-se em desequilíbrio,
não há equilíbrio que seja capaz.
As leis da Física falhame a vertical de qualquer lugar
oscila sem se detere deixa de ser perpendicular.
"Eu já fui", responde o vinho,"
A folha solta brincara ao vento,
fui raio de sol no firmamentoque trouxe a uva,
doce carinho.
Ainda guardo o calor do sole assim eu até dou vida,
aumento o valor seja de quem forna boa conta,
peso e medida.
E só faço mal a quem
me julga ninguéme faz pouco de mim.
Quem me trata como água
é ofensa, pago-a!
Eu cá sou assim.
"Vossa mercê tem razãoe é ingratidão
falar mal do vinho.
E a provar o que digo
vamos, meu amigo,
a mais um copinho!
Composição: Alberto Janes

Sem comentários: