Cavernas Sagradas - Ajanta e Ellora

O viandante que deixa a aldeia de Fardapur, na Índia, encontra uma espantosa ravina rodeada de uma densa floresta, por onde, através de inumeras quedas de água desce o rio Waghore. Acima da floresta, em penhascos quase verticais, vê-se uma série de colunas ( entradas para templos e mosteiros) talhadas no granito entre 200 a.C. e o século V d.C. Podem-se encontrar cinco caityas (templos budistas) e vinte e quatro viharas (mosteiros ou locais de habitação).
As colunas são ostentadas de gravuras notáveis. No entanto, o mais impressionante das cavernas de Ajanta são os frescos que cobrem quase todas as paredes. Os que se encontram próximo dos santuários representam Buda, enquanto as imagens mais terrenas, nos vestíbulos principais, descrevem jakata (contos populares) das suas vidas prévias. Estes mosteiros foram redescobertos em 1824. Os edifícios estavam cobertos pela vegetação e cheios de morcegos e serpentes. Foi uma espantosa descoberta artística, visto que os frescos se encontravam muito bem conservados.



As cavernas de Ellora, construídas entre 600 e 1000 d.C., tal como as de Ajanta são talhadas na enconsta de um monte. No entanto, as trinta e quatro cavernas de Ellora - também no Estado de Madrasta - foram construídas em tufo calcário. Estendem-se por um quilómetro, no monte, e incluem templos budistas, hinduístas, e janaístas.
A figura dominante nestes edifícios é o deus hindu Xiva, a quem é dedicado o maior templo " Kailasanatha". O filósofo russo Ouspensky descreve Ellora dizendo: « Aqui há corredores compridos, passagens estreitas, pátios interiores; inesperadas varandas e galerias, donde vê as planícies abaixo; escorregadias escadas polidas por pés nus, há milhares de anos; poços escuros, para além dos quais se pressente cavernas ocultas; lusco-fusco, um silêncio que não é perturbado por um único som.»